Startups de energia, educação e pets podem repetir sucesso de fintechs no Brasil

Setores têm visto crescimento considerável de investimento e de público nos últimos anos

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Foto do author Bruna Arimathea
Foto do author Guilherme Guerra
Atualização:

A maior parte dos “unicórnios” nacionais (startups avaliadas em US$ 1 bilhão) são do setor financeiro. As fintechs continuam no mapa da empresa de inovação Distrito, que tenta apontar para as candidatas a startups bilionárias, mas novos setores começam a despontar, como energia, alimentação, pets e recursos humanos.

Veja abaixo como esses segmentos podem prosperar e fomentar o surgimento de startups bilionárias.

Pets

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A área de produtos e serviços para animais de estimação ainda vive o boom do crescimento na pandemia, quando o isolamento fez com que a demanda por entregas e atendimento domiciliar crescesse.

Agora, com o mercado consolidado, essas empresas têm o desafio de continuar oferecendo serviços relevantes aos “pais” de pet. Uma das apostas, por exemplo, é a integração de planos de saúde para cães e gatos em assinaturas ofertadas tanto por petshops quanto por grandes empresas.

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Nos últimos anos, os cheques depositados no mercado animal cresceram exponencialmente. Em 2018, apenas duas rodadas de investimento foram para pettechs, um investimento que somou US$ 2,6 milhões, segundo dados da Distrito. No ano passado, essas empresas captaram mais de US$ 8 milhões, depois de quadruplicar o investimento em 2021.

RH

As startups com soluções voltadas para recursos humanos (HRTechs) foram os destaques em um ano de demissões e cheques baixos. Um dos motivos é que o setor é responsável por lidar com processos nas empresas após o corte: direitos rescisórios, novas contratações e até a gestão de departamento pessoal.

O sucesso do setor passa por alguns pontos importantes, todos centrados na experiência da empresa em voltar a atenção para o “material humano”. Não à toa, o segmento ocupou o topo do ranking da 100 Open Startups de 2022, que mapeou a atividade de pequenos negócios e premiou startups com mais contratos fechados com grandes companhias no ano.

Investidores também estão atentos às oportunidades geradas pelas HRtechs. Segundo a Distrito, considerando todas as startups que oferecem algum tipo de serviço de RH, o investimento captado pela área em 2022 foi de cerca de US$ 480 milhões.

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Marcelo Lombardo, cofundador e presidente executivo da Omie, uma das fintechs presentes no estudo do Distrito Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Energia

As startups que se dedicam ao setor de energia (energytechs) têm ganhado força no mundo inteiro, com serviços e produtos que trazem maior eficiência e levam economia à conta de luz de todos.

Consequentemente, a preocupação com meio ambiente é o maior diferencial dessas companhias, que usam a tecnologia para mitigar as mudanças climáticas. Por conta do potencial de uso de energias renováveis, o Brasil é um dos países onde essas startups atraem interesse de investidores do mundo inteiro, o que torna o País estratégico na mudança de matriz energética global.

Ainda, o setor foi um dos que mais cresceu no último ano, arrecadando US$ 290,8 milhões em aportes. No total, 21 rodadas foram responsáveis por colocar o setor entre os três com maior número de investimentos em 2022.

Alimentação

O setor de alimentação ganhou um impulso enorme na pandemia, quando entregas de mercado e restaurantes, sacolas de hortifrúti orgânico e atividades contra o desperdício de alimentos passaram a entrar na rotina do cidadão em isolamento social. Com isso, pipocaram diversas foodtechs, as startups da área que prometem revolucionar o setor de alimentos.

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O Brasil já tem um “unicórnio” na área (o iFood), mas espera-se que mais empresas encham essa lista com a vocação do País no setor de agronegócio e na indústria alimentícia.

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Educação

Startups de educação (edtechs) são o terceiro maior setor do Brasil, atrás de fintechs e healthtechs. Só em 2022, o setor de empresas exclusivamente da área somou US$ 61,36 milhões divididos em 48 rodadas, segundo um relatório da Distrito.

Apesar disso, nenhuma companhia do ramo se tornou unicórnio no País, mesmo com o tema ganhando força desde a digitalização forçada pela pandemia. Em 2021, essas empresas tiveram um grande impulso na hora de captar recursos: na época, a Descomplica, mais conhecida por atividades de reforço para Enem e vestibulares, recebeu um aporte de US$ 84,5 milhões (cerca de R$ 450 milhões), marcando um dos maiores investimentos em uma edtech no Brasil.

Com a corrida para desenvolver soluções de ensino a distância, muitas empresas surgiram desde então, e representam mais de 7% do total de startups no País. Espera-se, portanto, que a primeira startup avaliada em US$ 1 bilhão surja com a soluções de ensino à distância ou de gestão de orçamentos escolares.

Fintech

Um dos queridinhos dos investidores no Brasil, o setor de fintechs, startups de bancos digitais e serviços financeiros, ainda desponta como terreno fértil no mundo das startups. Após casos de sucesso, a área ainda é uma das que mais cresce e, em 2022, somou US$ 1,74 bilhão em cheques captados. Dos 24 unicórnios no País, oito são consideradas fintechs.

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Um dos trunfos da área é o impacto sobre as instituições tradicionais. A chegada de novas tecnologias no segmento fez com que os “bancões” se reinventassem para se manterem competitivos. Serviços como transferências, crédito, contas e empréstimos facilitados fizeram com que as fintechs estivessem no gosto do usuário final - o consumidor.

Além disso, toda a parte de estrutura de pagamentos também se beneficiou do crescimento do setor - e startups que oferecem esse tipo de serviço entraram na onda da digitalização em massa que ocorreu durante a pandemia.

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